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A REVOLUÇÃO DO VAREJO

8 de abril de 2013Tempo de leitura: 3 minutos

Artigo publicado na Revista Dirigente Lojista
Abril 2013 | Ed. 461

Por Vera Zaffari, arquiteta e diretora da VZA

Enquanto profissionais do mundo todo debatem sobre as tendências e novos cenários ao varejo, os gestores do segmento estão repensando o modo de se relacionar com o cliente. Os olhos, de todos, estão voltados ao e-commerce, uma revolução já percebida no mercado de vendas.

As lojas físicas oferecem o prazer da experiência, os sites de vendas ampliam a busca por informação, pesquisa de produtos e preço. A relação entre os dois mundos é inevitável e responsável por novos processos de gestão. Também, por novos projetos de arquitetura.

É censo comum que o varejo passa por uma revolução. Para esse setor, similar à Revolução Industrial que reformulou todos os processos de gestão da produção e do consumo.

As lojas não têm mais paredes. O consumidor experimenta no ambiente físico, compra na Internet e comenta nas redes sociais. Isso altera radicalmente a maneira de administrar o negócio, que está sendo repensado pelo mercado desde o projeto de arquitetura dos espaços que vão comercializar os produtos.

O novo comportamento do consumidor reflete em números. Pesquisas sustentadas na última edição do NRF – maior evento do mundo organizado para o varejo – mostram que lojas exclusivamente operando em ambiente físico ainda respondem por um volume de vendas três vezes maior que as marcas disponíveis apenas no ambiente web. Contudo, gestores presentes nos dois ambientes chegam a comercializar dez vezes mais itens.

De forma ilustrativa e prática, enquanto a loja virtual vende 100 produtos, a da esquina da minha casa vende 300, mas as marcas que sustentam o atendimento físico e online ao mesmo tempo vendem mil. Significa que logo todo o gestor deverá  estar off (ponto de venda fisico) on (e-commerce) simultaneamente. É a convergência em favor de um novo cenário ao varejo.

Na perspectiva da arquitetura dos ambientes, o mercado sugere aos lojistas infraestruturas menores, mais aconchegantes, atrativas e interativas com o mundo virtual. Possibilidades de pesquisa online dentro da loja, estoque disponível apresentado em computadores, variação e ampliação de marcas e produtos trabalhados são algumas mudanças práticas a serem consideradas nos projetos de arquitetura.

Para acompanhar as tendências do varejo, o desafio desses profissionais que pensam a disposição dos espaços de venda é cruzar o ambiente físico com o digital no objetivo final de proporcionar a experiência da compra. É a experiência da compra que diferenciará as lojas, não mais os preços e o leque de opção disponível a um toque no mundo todo.

Diante da revolução na maneira de pensar o varejo, a arquitetura está para agregar mais que estética aos ambientes, mas experiências de consumo projetadas em cada metro quadrado ao lojista. Experiências digital, física e sensorial devem estar integradas dentro do ponto de venda.

E tudo isso sinaliza o crescimento e a necessidade de investimentos em Centros de Distribuição. A tendência de lojas menores e interativas com estoque a um clique sugere uma reflexão sobre os ambientes disponíveis para o armazenamento e logísticas dos produtos. O fofo é eficiência para redução de custo e tempo.

As mudanças requisitadas pelo crescimento do e-commerce são exponenciais. Passa pela arquitetura dos ambientes físicos de ponto de venda e armazenamento, passo pelo marketing, pela logística, pela gestão do negócio como um todo, pelo treinamento dos vendedores e por vai. Projetos, planos e ações devem ser organizados a curto, médio e longo prazo, sendo constantemente revisados para que os impactos da era digital sejam amenizados ou, no mínimo, aproveitados neste momento especial em que o mercado apresenta desafios e oportunidades.

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