Como o BIM abre caminhos para a transformação digital na arquitetura de varejo
28 de maio de 2020Tempo de leitura: 6 minutosEstamos passando por um momento de transição das nossas sociedades e o presente- futuro guarda um novo normal para a arquitetura, para a construção civil e para o varejo. Nesse iminente futuro muitos processos que já eram tendência de mercado estarão latentes e serão imprescindíveis para a sobrevivência das empresas. Se nos anos mil e quinhentos a inovação era igual à navegação, hoje mais do que nunca a inovação é igual à digitalização.
Trabalho remoto
Especialistas prospectam que o trabalho remoto será uma realidade muito mais duradoura nos próximos dois ou três meses: é bem provável que ele se torne parte da nossa rotina também no longo prazo. Gigantes como a Google e o Facebook já declararam que seus funcionários não precisam comparecer ao escritório até o princípio do próximo ano.
Na VZ&CO essa inovação para gerenciar, organizar, comunicar, e colaborar online já estava sendo posta em prática mesmo antes da crise irromper, através da utilização de ferramentas como:
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O Asana: plataforma de organização de equipes online que permite gerenciar tarefas, responsáveis e prazos.
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O Slack: plataforma de comunicação interna que aproxima a equipe e mantém a comunicação viva e centralizada.
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O Zoom ou Google Meet: plataforma para realizar reuniões virtuais.
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O BIM 360: plataforma da Autodesk para compartilhamento em nuvem, na qual todos os stakeholders (incluindo clientes) podem visualizar o projeto de forma dinâmica, comentar e definir alinhamentos online, mesmo em dispositivos móveis.
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Plataforma online da Autodesk, o BIM 360 permite gerenciar documentos e projetos online de forma colaborativa com diferentes disciplinas complementares, permitindo maior agilidade e comunicação desde as etapas iniciais de projeto até o pós-obra.
No cenário em que estamos vivendo, no qual os stakeholders (áreas envolvidas) podem estar a muitos quilômetros de distância entre si, ferramentas como essas se tornam cruciais para que todos os envolvidos da arquitetura e demais disciplinas, da construção civil e do varejo estejam “na mesma página”. Afinal a inovação na arquitetura de varejo não é uma opção – ela é um fator de sobrevivência pós Covid-19.
A importância do Building Information Model (BIM) na arquitetura
A Inovação e criação de novos instrumentos não são uma exclusividade de tarefas gerenciais e de comunicação. A VZ&CO tem investido pesado em projetos de arquitetura BIM, utilizando ferramentas como:
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Dynamo: Um software que se sobrepõem ao Revit e permite a automatização de tarefas, a verificação do modelo conforme padrão de clientes, e a superação de limitações impostas pelo software base (Revit). Ou seja, com ele é possível entregar resultados ainda mais confiáveis, com especial cuidado no gerenciamento e sustentabilidade e sendo entregues sempre dentro do prazo, algo essencial no setor de varejo.
Exemplo de uma rotina criada no Dynamo que automatiza processos no BIM, garantindo maior fidelidade e com resultados mais confiáveis em demandas muito específicas de cada cliente.
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Levantamento por Nuvem de pontos: Os levantamentos têm ganho enorme qualidade a medida que as máquinas assumem cada vez mais o que elas fazem de melhor: medir, documentar e calcular. A nuvem de pontos tem permitido um ganho exponencial na precisão dos levantamentos das lojas, e a tendência é que essa tecnologia se torne cada vez mais precisa, rápida e integrável ao processo de projeto.
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O escaneamento de um ambiente por meio da nuvem de pontos permite inserir, de modo digital, o espaço construído dentro do Revit garantindo maior precisão nos projetos, principalmente aqueles com preexistências.
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Acompanhamento virtual à obra: Estamos utilizando plataformas que nos permitem fazer visitas virtuais nas obras e ver detalhes em imagens 360º. Dessa forma podemos acompanhar o desenvolvimento de cada estágio do projeto, realizar comparações da evolução da obra e anotar comentários diretamente online.
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Navisworks: Um software que permite prever falhas de compatibilização (que dificilmente seriam percebidas mesmo pelos mais metódicos arquitetos), o que evita muitos problemas de conformidade na obra.
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Detecções de conflito entre projetos complementares usando Navisworks para Revit, o que permite a diminuição de erros e, consequentemente, menos desperdício de material e de tempo já na etapa de projeto.
Além das ferramentas já implantadas, nossos próximos passos para a inovação já estão planejados, e incluem: a utilização de ferramentas mais avançadas do BIM 360, a utilização da realidade aumentada e o mergulho no uso do generative design.
A Inteligência Artificial no dia a dia
A partir de uma boa qualidade e quantidade de dados trazidos por um modelo BIM bem feito, a inteligência artificial está prestes a invadir de forma irreversível a indústria da arquitetura, da construção civil e do varejo. Em um futuro próximo, a Inteligência Artificial estará ainda mais enraizada na nossa rotina. Ela estará presente em diversos estágios, como por exemplo:
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Auxiliando arquitetura e engenharia a tomar as melhores decisões. O generative design, dentro de uma lógica BIM, oferecerá opções com dados claros sobre quais são as vantagens e desvantagens de cada layout apresentado, por exemplo. Isso permite fazer comparações como o consumo de materiais na construção e a melhor climatização natural dos ambientes.
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Ajudando a definir a alocação dos produtos nas prateleiras, ao identificar a necessidade de reposição de estoque e perceber o comportamento dos consumidores dentro das lojas.
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Definindo uma maior conversão de compras ao sugerir produtos a partir da percepção de características e da medição de reações e sentimentos de clientes dentro de uma loja física.
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Eliminando a necessidade de caixas, com sensores e câmeras que rastreiam o que os clientes compraram, debitando automaticamente os itens de seus cartões de crédito assim que os clientes saem da loja.
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Obras automatizadas
No futuro, tarefas operacionais serão cada vez mais suprimidas por elementos computadorizados, que carregarão consigo o poder da internet das coisas (IoT). No intuito de uma construção civil mais eficiente e sustentável, as máquinas passarão a ser nossos construtores. Nesse ponto, um modelo dentro da lógica BIM se revela novamente imprescindível na construção civil das lojas de varejo do futuro: através de um bom conjunto de dados (que estarão contidos no BIM) será possível dar o input a obras mais mecanizadas. Além disso, os dados serão mantidos durante todo o ciclo de vida da loja, o que facilitará manutenções e reformas. A soma de todos esses processos de modernização chamamos Transformação digital no setor de arquitetura e engenharia no varejo.
A transformação digital através do BIM
Para obter resultados diferentes é preciso ter inputs diferentes. Por isso a VZ&CO está sempre reinventando a arquitetura de varejo, com modelos BIM cada vez mais completos e precisos, plataformas digitalizadas e colaborativas, e uma incansável busca para trazer para o cliente todas as vantagens que a Transformação digital propicia. Os benefícios trazidos por modelos BIM de qualidade já são enormes e serão ainda mais disruptivos após 2020, com a aceleração da inteligência artificial e a Transformação digital do mercado da construção civil.
Através da transformação digital do setor de arquitetura e engenharia, que tem como base a utilização extensa do BIM, é possível obtermos uma maior confiabilidade na documentação produzida, com a entrega de projetos mais assertivos o que gera uma orçamentação de obra mais exata. Com a geração de quantitativos de produtos e serviços mais confiáveis tende-se a tornar desnecessária a previsão de aditivos, que são sempre surpresas desagradáveis.
Os projetos em BIM associados aos recursos que fazem parte deste ecossistema, são a base que necessitamos para termos projetos com o uso consciente de recursos naturais e financeiros, diminuindo o desperdício que tanto impacta hoje a indústria da construção civil.
No ambiente pós crise é inadiável termos projetos e obras mais assertivos, com menos desperdício, e maior previsibilidade de custos e prazos de entrega. Essa evolução deverá ser efetuada ao longo de todos os processos construtivos do varejo, tanto na expansão de novos pontos quanto em ajustes e reformas dos pontos já existentes.
O futuro do varejo é baseado em inovação. A inovação se dá através da transformação digital e esse futuro é agora.