O futuro dos supermercados
18 de junho de 2020Tempo de leitura: 5 minutosEm meio ao momento que estamos vivendo, todos os setores estão em fase de adaptação para atender as necessidades do chamado novo normal. Considerando o isolamento social, imposto para controle da pandemia, velhos conceitos do varejo estão tendo que se atualizar para se manterem viáveis economicamente. Em frente a este momento surgem as oportunidades de melhoria e transformação digital, soluções voltadas a projeto e operação estão em foco para trazer através do uso da ferramenta BIM, estas melhorias.
Um dos setores que mais se destaca principalmente neste momento, por ser uma necessidade básica da população, é o ramo alimentício, especificamente supermercados. A necessidade de ampliação no número de lojas físicas vem crescendo em ritmo acelerado, muitas redes estão tendo que realizar adaptações nos seus formatos de atendimento para conseguir atender a população. Com o isolamento social, o maior desafio tem sido minimizar as filas e otimizar o tempo de compra para reduzir o risco de contaminação, bem como a frequente higienização.
A nova loja física
E como nós podemos auxiliar nessa transformação digital dos supermercados? Primeiramente precisamos entender os conceitos anteriores para poder olhar para o futuro. Anterior à pandemia, o conceito de projeto dos supermercados sempre foi de ocupar ao máximo o espaço físico de área de vendas, com a exposição de produtos maximizada em muitas gôndolas no layout. Com este novo desafio, os projetos de supermercado terão que sofrer mudanças radicais, não apenas focando no aproveitamento do espaço, mas também na análise do processo de compra como um todo. Seja entendendo os fluxos para otimizar o tempo, seja analisando os perfis dos clientes para oferecer novas experiências de compra. Através do uso da ferramenta BIM, poderemos ter agilidade em propor soluções de layout, simular sistemas de abastecimento através de softwares de compatibilização que auxiliam na logística de canteiros de obra e agora poderão estar voltados para a operação dos supermercados.
Muito tem se falado em segurança dos clientes em meio ao isolamento social. A higiene e limpeza tem sido o principal foco das redes de supermercado e muitas já buscam alternativas como a utilização de raios ultravioletas para higienização dos produtos após a compra ou através de pulverizadores instalados próximo aos estacionamentos, proporcionando a higienização antes de colocar suas compras no carro.
A grande concorrência do momento não se dá através do melhor preço, mas sim de quem proporciona a melhor experiência de compra, a mais segura e a mais ágil. Pensando em um futuro próximo, um novo conceito para grandes redes deverá considerar áreas de estoque volumosas como as de uma distribuidora, oferecendo compras pela internet e retirada através de drive thrus.
Outros desafios dessa pandemia estão nos controles de quem está entrando nas lojas. Algumas redes de supermercados já estão realizando adaptações nos projetos com o uso de câmeras térmicas instaladas na entrada das unidades para aferir a temperatura das pessoas ou para controle da ocupação do espaço, através de câmeras que utilizam algoritmos. Todas estas adaptações ainda geram um custo alto por serem produtos importados e por isso é preciso se pensar em projetos inteligentes, que auxiliem nesses controles com investimento reduzido.
Pensando na agilidade do processo de compra, a modernização de PDVs com auto atendimento já são realidade em muitos países e começam a ter um crescimento em função do isolamento social. Este tipo de adaptação já pode ser realizada nos supermercados existentes sem requerer grandes alterações de projeto. Trata-se de uma mudança de conceito que vem de encontro a obstáculos fiscais e da evolução dos processos internos das empresas.
A nova loja física precisará prever nos projetos o conceito de tudo em um único lugar, minimizando as idas a diversos locais para obter o que se precisa e otimizando o tempo de compras.
A tecnologia a favor do varejo
Em um mundo cada vez mais digital, a tecnologia tem se aproximado muito do consumo, e com o isolamento social, este conceito acelerou-se ainda mais. A tecnologia tem muito a contribuir para a modernização dos supermercados, tanto na área de projeto como na de operação. Nos projetos, para melhor concepção do layout, através da análise do perfil de consumo para entender as necessidades dos clientes, e com base nos fluxos, melhorar a forma de expor os produtos com maior saída. Estas análises podem ser realizadas através de mapas de calor que medem onde estão as maiores concentrações de pessoas no decorrer do dia, assim como o acompanhamento das vendas para mapear os produtos, permitindo melhor planejar as reposições, evitando rupturas de relações comerciais e fidelizando os cliente.
Ao encontro à introdução da tecnologia na operação dos supermercados, vemos como um grande aliado a tecnologia BIM para execução de projetos, auxiliando no monitoramento das informações e manutenções futuras como, por exemplo, na substituição de lâmpadas. Hoje podemos inserir todas as informações dos itens que compõem o projeto dentro de um software. Na Vera Zaffari&CO utilizamos o Revit, o qual poderia ser acessado pela operação do supermercado e consultado o modelo específico a ser substituído, de forma rápida e assertiva, ou até mesmo auxiliando nas questões de inventário, cadastrando dentro do projeto todos os mobiliários através de códigos para serem consultados e monitorados futuramente.
Existem inúmeras possibilidades a serem exploradas em projeto com o uso da tecnologia BIM. Ela facilita a execução e reprodução de projetos, diminuindo custos e gastos extras com maiores possibilidades de gestão e colaboração a partir do modelo. Mas tudo isso é possível através de um bom planejamento de projeto para atender todas as demandas do cliente.
O uso de dados, para melhorar a eficiência do negócio, deverá estar cada vez mais próximo a operação dos supermercados, como o uso de QR Code, para mapear produtos e ter fácil acesso à validade dos mesmos, podendo controlar melhor os estoques e otimizar as reposições, ou até mesmo facilitando a compra. O usuário, sem precisar ter em mãos o produto, consegue ter acesso aos dados de validade e componentes, o que em tempos de isolamento social, poderia ser uma ferramenta aliada no controle de higienização e segurança dos clientes.
A inteligência artificial, associada à experiência de consumo do cliente, já vem sendo algo presente em outros setores do varejo, como é o exemplo da Luiza criada pela rede Magalu, proporcionando a personalização da compra através do estudo do comportamento do consumidor, melhorando a oferta e rentabilizando investimentos. Outra possibilidade é o uso de realidade aumentada para facilitar as compras à distância ou até mesmo a pré-visualização de layout do supermercado. Ambas soluções podem ser utilizadas tanto pelo cliente final como pelo responsável pelo projeto no planejamento do mesmo. Todas estas estratégias vêm ao encontro deste novo conceito de compras que se intensificou com o isolamento social.
Com um mundo cada vez mais digital, todas as estratégias de inserir a tecnologia ao formato de vendas precisam sempre estar alinhadas com as relações com o cliente, mantê-las próximas e ao mesmo tempo fidelizadas.
Podemos concluir que na era das experiências, mesmo que de forma distante, o varejo e principalmente os supermercados, precisam repensar mais do que nunca o papel das suas lojas, mudar os velhos conceitos e olhar para um futuro muito próximo. Mesmo em lojas já existentes as adaptações podem ser realizadas. O uso de novas tecnologias aliadas ao planejamento de projeto já são realidade na Vera Zaffari&CO. Podemos contribuir muito para essa transformação do varejo através da tecnologia BIM, acompanhando a necessidade atual crescente do número de lojas físicas de supermercados. O nosso papel junto às redes de varejo é trazer novos conceitos e auxiliar nas adaptações e evoluções de processos. Estamos, assim como o momento exige, em constante evolução e em busca do novo para poder oferecer aos nossos clientes. Não sabemos ao certo como será o mundo pós pandemia, mas sabemos que não será como antes, e quem não se preparar para as mudanças poderá ser afetado economicamente.