Por que oferecer projetos BIM e ferramentas digitais não basta na arquitetura comercial
9 de julho de 2020Tempo de leitura: 6 minutosDigitalização não é tudo
Não é de hoje que os escritórios de arquitetura estão se digitalizando. Se antes bastava uma folha de papel e ferramentas de desenho, hoje cada vez mais softwares e plataformas são criados e incorporados ao processo de projeto e passam a ser itens necessários ao desenvolvimento e entrega de um projeto de qualidade.
Com o incremento da metodologia BIM (Building Information Modeling) e a constante e crescente geração de informação dos modelos, é de suma importância a gestão desses itens. Não basta apenas gerar essa informação, mas saber como usá-la e manuseá-la para que seja o mais acessível e aderente ao que o cliente final necessita e fará uso no futuro. Dessa forma, o BIM não pode configurar-se apenas como uma tecnologia de trabalho de um escritório, mas deve tornar-se efetivamente útil ao usuário do modelo, este podendo ser da equipe de compras, da obra ou mesmo da manutenção futura da edificação, dependendo dos objetivos do cliente.
Entender as proposições do cliente: a base para um modelo eficiente na arquitetura comercial
Para chegar em um modelo realmente eficiente, mais do que dominar o uso da ferramenta, é imprescindível uma proximidade com o cliente final e constantes trocas para entender todo o seu processo e objetivos.
Construir uma relação de apoio junto ao cliente, ajudando a reformular seus processos a partir da perspectiva BIM, é fundamental para explorar o máximo potencial da tecnologia. O questionamento de processos enraizados pode ser um primeiro passo na busca por melhorias e pode dar lucidez para as possibilidades e benefícios que o método pode trazer. A partir da coleta dessas informações, devem ser mapeados os processos que serão traduzidos em um plano de desenvolvimento, tendo como resultado um processo interligado e adaptado às ferramentas que o BIM pode oferecer.
Com base na análise de projetos anteriores do cliente e visando onde se quer chegar, é realizado um cadastro das informações para que estas possam ficar concentradas em um único arquivo. Esse arquivo, no software Revit da Autodesk, é chamado de template e é a base para o início dos projetos do cliente. O mesmo pode ser compartilhado entre escritórios e deve ser constantemente atualizado, garantindo que a informação seja única e correta.
Esse processo de organização e gestão das informações, se não for bem sistematizado e servir como insumo para alimentar corretamente o template do Revit, pode gerar muitos problemas e retrabalhos a quem desenvolve os projetos, mas principalmente ser ineficaz na extração de dados. Dessa forma, pode-se entender que um bom template não é aquele simplesmente que faz uso de todas as funcionalidades que a ferramenta proporciona, racionalizando as soluções de desenho, mas sim aquele que foi desenvolvido e especialmente pensado para um cliente específico, estruturado com base em um sólido conhecimento na elaboração e gerenciamento de projetos.
Com essa base bem consolidada é possível, posteriormente, uma fácil interação do cliente com as informações contidas no projeto, assim como um manuseio em obra do modelo, visualizando suas alterações mais recentes e compatibilizações com disciplinas complementares. Pode-se também buscar por uma fidelidade cada vez maior numa lista de preço unitário a partir de um modelo BIM ou na sincronização do cronograma de obra com os itens modelados em projeto. A tarefa crucial para uma parceria efetiva no nicho da arquitetura comercial é buscar o que faz mais sentido ao cliente, mesmo que inicialmente ele não tenha ideia que tais possibilidades existam.
Colaboração e gestão eficazes com o uso de BIM
Nos escritórios de arquitetura que utilizam a metodologia BIM, especialmente aqueles voltados à arquitetura comercial, cujos prazos são muito curtos, costuma-se alocar mais de um colaborador em cada projeto, justamente para que se consiga atender os prazos estipulados com a qualidade pretendida. Nesse modelo de trabalho, ter um processo estruturado e mapeado no escritório, com escopos de atuação de cada membro da equipe bem delimitado, torna esse desafiador processo colaborativo um sucesso.
No BIM, as trocas e alinhamentos entre profissionais, tanto do mesmo escritório quanto de parceiros (projetistas de elétrica, incêndio, estrutural, ar condicionado, hidrossanitário, entre outros), devem ser constantes e estruturadas através de uma metodologia de trabalho que vise a agilidade e a eficiência dos projetos. Entender o cliente e as demandas da arquitetura comercial é o passo inicial do processo, porém reuniões periódicas com toda a equipe participante dos projetos devem ser feitas. Esses alinhamentos garantem um modelo BIM mais otimizado e possibilitam uma melhor inter-relação entre as disciplinas, fazendo com que todas elas dialoguem de forma ordenada e em sincronia.
Na arquitetura de roll-out, com a multiplicação de projetos padronizados, essa equipe de trabalho bem alinhada pode trazer ainda mais benefícios ao cliente. Através da repetição e constância de projetos é possível melhorar a curva de aprendizagem e aperfeiçoar a forma de organização e gerenciamento dos projetos, atingindo assim um nível bastante elevado de excelência.
Aliado a uma gestão bem estruturada dos processos e pessoas envolvidas no projeto, são necessárias as ferramentas que promovem redução de erros e maior agilidade em toda a cadeia do processo projetual. Uma ferramenta que vem ganhando espaço nos últimos anos é o BIM 360 – uma plataforma online oferecida pela Autodesk onde é possível gerenciar e tornar acessível todos os documentos e dados referentes a um projeto arquitetônico, com possibilidade de visualização 3D e controle de alterações e comparações entre modelos.
Vera Zaffari & Co: a gestão voltada para os resultados
A Vera Zaffari & Co vem evoluindo há anos os seus processos e estratégias a fim de entregar sempre o melhor resultado ao cliente. Tanto a gestão dos projetos e de suas equipes, quanto o fomento à inovação são focos cruciais do escritório para estar sempre à frente e conseguir conquistar os clientes mais exigentes.
A VZ&CO acredita que não basta trabalhar apenas com os softwares mais promissores que o mercado oferece — e as possibilidades são cada vez maiores: BIM 360, colaboração na nuvem, extração de quantitativos, percurso virtual, realidades virtual e aumentada, Dynamo, etc. — se o escritório falha na gestão. Claro que essas ferramentas são muito importantes e trazem enorme valor aos projetos de arquitetura comercial, tanto na forma de apresentação final, quanto na confiabilidade de informações, mas não são elas que tornam o escritório efetivamente confiável.
Um bom projeto começa com uma equipe engajada. E tudo isso inicia com boas contratações, através não apenas da análise do currículo e experiência do candidato, mas de uma análise profunda do perfil comportamental do mesmo, com o apoio de um profissional. Atrair e reter as pessoas sempre aderentes à cultura da empresa e com um perfil intra empreendedor — inquieto, questionador, que busca se superar e inovar, além de gostar de desafios e assumir responsabilidades — é o ponto chave.
Na VZ&CO aplicamos uma metodologia própria de treinamento bastante intensa e consistente para integrar esses novos colaboradores à equipe e damos a eles autonomia para desenvolver seu trabalho e trazer novas ideias e sugestões de melhorias, sempre bem- vindas.
Reuniões semanais de equipes e alinhamentos individuais constantes são importantes para trazer todos para um mesmo nível de conhecimento, propiciando que as pessoas se posicionem nas áreas onde possuem mais interesse: só assim conseguirão desempenhar com maestria seu trabalho. Se necessário, medidas corretivas são tomadas de forma rápida para que o trabalho volte a fluir conforme planejado.
A gestão à vista e relatórios de acompanhamento dos projetos também têm presença marcante no planejamento das equipes no escritório, possibilitando uma melhor organização e planejamento das entregas, visando atender os cronogramas internos ou solicitados pelos clientes, além de nos mantermos dentro das horas previstas nos projetos.
Para atingir o nível de excelência desejado é necessário, portanto, um trabalho árduo de gestão de equipes, processos e informações. São as pessoas que transformam as informações — através de processos estruturados e uma boa metodologia de trabalho — em projetos vencedores, conseguindo assim surpreender o cliente.