Comércio de proximidade ou e-commerce: quem conquistará o coração dos clientes após a pandemia?
4 de maio de 2021Tempo de leitura: 2 minutosEm um mundo pós pandêmico, as pessoas vão estar carentes de presença física e loucas para sair de casa ou cada vez mais dispostas a continuar comprando pela internet? Essa é uma dúvida que vem inquietando os varejistas não apenas do Brasil, mas do mundo. O que poucos deles perceberam é que não precisa haver uma disputa entre os mercados de proximidade e os e-commerces. Cada um deles atende, à sua maneira, públicos distintos. Em alguns casos, inclusive, eles podem somar forças. Confira:
MERCADOS DE PROXIMIDADE
Direcionado para compras rápidas e selecionadas, os mercados de proximidade são ideais para quem gosta de ver de perto o que está comprando.
No caso de hortifrutis, por exemplo, muitas pessoas preferem escolher a dedo, pessoalmente, o que vão levar para casa. Esse tipo de consumidor, que gosta de ver de perto o produto, não gosta de fazer compras por site ou aplicativo”, explica Vera Zaffari, arquiteta e fundadora da VZ&CO.
Para esse público, o mercado de proximidade é uma excelente opção. Localizados em pontos estratégicos — dentro de bairros com demanda para consumo — eles contam com opções diferenciadas de produtos. Grandes marcas como o Grupo Pão de Açúcar (GPA) e o Carrefour, já investem no conceito.
No Brasil, esse tipo de mercado já corresponde por 40% do volume de compras do varejo. Os dados são da GFK — empresa alemã especializada em estudos de mercado,
E-COMMERCE
Comprar pela internet é sinônimo de praticidade. No primeiro semestre do ano passado, cerca de 7,3 milhões de brasileiros fizeram compras online de acordo com um levantamento feito pela Ebit/Nelson — plataforma de opinião de consumidores do Brasil. A estimativa é que as vendas aumentem 26% em 2021.
O e-commerce não vai perder força. É um segmento que tem se reinventado e investido na melhoria da experiência dos clientes por meio de novas tecnologias, como a inteligência artificial”, comenta Rubiane Schneider, arquiteta da VZ&CO”.
O perfil de quem compra online, no entanto, é bem específico. Normalmente são pessoas que dominam as novas tecnologias da informação, levam uma vida corrida e não sentem prazer em sair para comprar alimentos. “Os clientes do e-commerce não são os mesmos dos mercados de proximidade. Em nossa experiência com arquitetura de varejo, fica claro que existe espaço para ambos”, destaca Vera.
SOMANDO FORÇAS
Grande marcas do varejo já entenderam que a melhor maneira de atender bem aos diferentes perfis de consumidor é investindo em ambas as tendências. Por isso, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) fortaleceu suas plataformas de venda online em 2020 e, em paralelo, apostou na bandeira Minuto — uma versão menor e mais personalizada de seus mercados.
No início desse ano, a rede inaugurou mais uma loja na Avenida Marechal Mallet, em Praia Grande (SP). O projeto foi assinado pela VZ&Co, que está planejando outras quatros lojas, que serão inauguradas ainda este ano. No total, o GPA pretende lançar mais 30 lojas nesse conceito de proximidade.
Qual o resultado desses investimentos? Em 2020, as vendas da marca Pão de Açúcar — on-line e off-line — cresceram 334,1% em relação ao ano anterior. Um recorde de crescimento, que garantiu um faturamento líquido de R$ 2,7 bilhões para o varejista.