Franquias: como a boa gestão de projetos pode potencializar a expansão da sua rede?
20 de junho de 2023Tempo de leitura: 4 minutosO mercado brasileiro de franquias cresceu 14,3% em 2022, com faturamento de R$ 211 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Franchising. O número de lojas franqueadas também aumentou 7,5%, atingindo 184.354 unidades, em todo o país.
A melhor maneira de garantir a expansão rápida e sustentável de uma rede de franquias é lançando mãos de soluções inteligentes em arquitetura comercial — setor encarregado de deixar todas as lojas franqueadas com a cara das marcas franqueadoras.
Quando uma marca decide atuar no modelo de franquia, ela espera que o consumidor reconheça rapidamente o negócio e sinta-se “em casa”, sem importar se a loja fica em Manaus ou Porto Alegre, dentro de um shopping ou na rua”, explica Gabriel Crispim, sócio da VZ&CO — escritório de arquitetura comercial que tem em seu portfólio grandes marcas franqueadoras, como O Boticário, Via Laser e Vivo.
De acordo com Gabriel, a chave para essa identificação é a padronização, a partir da criação de um projeto de rollout — um dos elementos fundamentais no desenvolvimento de projetos de arquitetura para franquias
Definido um projeto-padrão, as marcas detalham layout, cores, design, materiais, mobiliário e outros elementos que os franqueados terão que seguir em seus pontos de venda. As normas fazem parte de manuais de identidade, seguidos em todas as etapas do projeto, podendo incluir, inclusive, a indicação de fornecedores.
Mas será que basta seguir um padrão de rollout para fazer uma expansão rápida e sustentável de uma rede de franquias?
Certamente não”, explica Crispim. “O padrão de rollout serve como um guia, mas os projetos precisam ser desenvolvidos por equipes que entendam as especificidades do mercado de franquias, como a necessidade de fechar os projetos em prazos otimizados, com a menor quantidade possível de refações e com uma documentação completa e detalhada do projeto”.
Nosso sócio destaca que os projetos de franquias devem priorizar — sempre que possível — a jornada do cliente. Ou seja, o que o consumidor verá na loja, por onde passará, para qual local olhará primeiro, o que chamará mais sua atenção, que caminho ele deve seguir. “Somente a partir dessa análise, a gente consegue definir a altura dos equipamentos, iluminação e outros elementos do projeto”, explica.
PASSO A PASSO
Uma boa gestão de projetos de franquias começa com o levantamento dos pontos de venda dos franqueados. O objetivo, nesta etapa, é conhecer características dos locais, medidas, instalações existentes, especificações técnicas, estruturas e outras informações que servirão de base para o trabalho dos arquitetos. Com base nesse levantamento e no manual de identidade, a equipe desenvolve um layout em que são aplicados os padrões e regras da marca.
Depois da validação do franqueador, o trabalho segue com o projeto executivo, que contém todas as indicações técnicas e compatibilização dos projetos complementares.
Em alguns casos, é preciso fazer adaptações dos projetos para adequá-los aos locais onde as novas lojas serão instaladas. Nos shoppings, por exemplo, podem ser necessárias mudanças de detalhes na fachada, nos pisos, altura do pé-direito. Nas lojas de rua, as mudanças visam atender a normas de acessibilidade e regras das prefeituras e resolver questões como incidência solar direta.
Em todas essas etapas, as equipes que gerenciam os projetos de arquitetura de varejo devem considerar outro fator fundamental para as franquias: o tempo, ou seja, o prazo de entregas. Afinal, entre o aluguel do ponto de venda e a abertura da loja o franqueado não tem faturamento, o que requer soluções eficientes para minimizar esse tempo. Na VZ&CO, o desenvolvimento de projetos para franquias levam, em média, de 25 a 35 dias.
Os projetos de arquitetura para franquias precisam ser ágeis e assertivos, reduzindo o tempo de execução e sem necessidade de retrabalho nem desperdício de tempo ou dinheiro”, aponta Crispim.
Diante da demanda por projetos ágeis e de qualidade, o uso do Building Information Modeling (BIM) tem se mostrado um caminho eficiente para as franquias. Considerada a metodologia de modelagem mais potente do mercado, o BIM viabiliza projetos com visualização precisa e antecipada, desenvolvidos em menos tempo e com menos problemas de compatibilização. Ela também facilita a manutenção dos padrões exigidos pelas marcas e garante maior precisão na especificação de produtos e serviços de fornecedores.
LOJA ÂNFORA
Segunda maior rede de franquias do país, com quase 4 mil lojas físicas, O Boticário é uma das referências nacionais do setor. Desde 2021, a marca trabalha em parceria com a VZ&CO no desenvolvimento de projetos de rollout, principalmente para a Região Sul.
Entre projetos finalizados e em andamento, já são 87 lojas de O Boticário com a assinatura da VZ&CO. A qualidade da gestão de projetos do escritório permite o desenvolvimento de até 20 projetos da franquia ao mesmo tempo, garantindo a agilidade e o cumprimento de prazos — conceitos-chave para esse modelo de negócio.
Em uma plataforma integrada, tanto o franqueador quanto os franqueados conseguem acompanhar o seguimento dos projetos, validar etapas e acessar informações, sempre com o suporte dos arquitetos envolvidos nas propostas.
É uma triangulação”, explica Crispim. “Temos contato com O Boticário e com o franqueado desde a etapa de levantamento até a fase de obra. Afinal, podem surgir dúvidas em qualquer etapa, e estamos sempre disponíveis para resolver eventuais problemas.”
Hoje, a VZ&CO desenvolve dois tipos de projetos para a franquia O Boticário:
- Lojas Ânfora, modelo criado em homenagem às boticas que deram origem ao negócio e ao nome da marca;
- Espaços do Revendedor, locais de compra de produtos para revenda nas franquias, que possuem áreas de checkout e estoque.
Por ser um escritório focado na arquitetura de varejo, a equipe da VZ&CO sempre desenvolve projetos que garantam uma melhor experiência de compras para os clientes.
“Sabemos que para os franqueados, o mais importante são as vendas, o fluxo de produtos. Por isso, projetamos espaços onde eles possam expor o maior número de produtos posssível”, reforça o arquiteto da VZ&CO.