Como a arquitetura em BIM pode auxiliar o ESG nas empresas?
29 de abril de 2022Tempo de leitura: 4 minutosMetodologia eficiente e focada em resultados, o Building Information Modeling (BIM) é mais do que uma simples representação digital dos projetos de arquitetura, é uma solução estratégica e sustentável para empresas que compreendem a importância das práticas ESG – sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança. Como? A metodologia pode ser utilizada como um sistema de gerenciamento que permite ao usuário modelar, organizar, otimizar o planejamento de um projeto de arquitetura ou engenharia, além de facilitar a colaboração entre todas as disciplinas envolvidas. Todas as informações inseridas no projeto transformam-se numa base de dados confiável, que pode ser utilizada para análises qualitativas e quantitativas dos insumos da construção, como volume de materiais, recursos naturais e energia.
Mais ainda: com o BIM é possível criar simulações de construções futuras, facilitando o entendimento de arquitetos, engenheiros e construtores ao procurarem soluções alinhadas com o conceito de sustentabilidade.
Além da representação digital em 3D de um projeto, o BIM permite o cálculo da incidência de luz solar em telhados, a medição do volume de água a ser incorporado e utilizado na obra e durante a vida útil da edificação, planejamento de redes de energia e infraestrutura, análise do ciclo de vida dos insumos de obra e muito mais!
Em outubro de 2021, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou o 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic). Durante o evento, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, apontou a importância do ESG para a construção civil e a necessidade do setor investir em métodos eficientes, como a adoção de práticas sustentáveis. “É muito importante para nós que o currículo da área esteja aderente à vida que a gente leva hoje. Quando me formei, não era da época do BIM e do ESG”, comenta o presidente.
Hoje, mudar a postura das empresas e adotar as três letrinhas do ESG nos negócios não é só uma tendência de mercado a ser seguida, mas uma necessidade urgente visto os sinais claros de mudanças no clima pela intervenção humana. O setor privado possui grande responsabilidade e capacidade para minimizar os impactos causados no meio ambiente, construir uma sociedade mais consciente e inclusiva, e aprimorar processos administrativos que criem um mundo corporativo ético e sustentável.
Afinal, o que significa ESG na arquitetura?
Fundamental para empresas que já compreenderam a importância do setor empresarial na construção de um mundo sustentável, o termo ganhou a atenção do mundo corporativo em 2004 por meio da publicação “Who cares wins” (Quem se preocupa, vence, em tradução livre para o português) do Pacto Global da ONU, em parceria com o Banco Mundial e outras instituições financeiras, que discorre sobre a importância do gerenciamento dos três pontos do ESG dentro da gestão estratégica e de riscos das instituições financeiras e apresenta algumas estratégias para a compreender e iniciar essa implementação.
Definido como sustentabilidade empresarial, o ESG amplia o foco gerencial de uma empresa, que passa a incluir outros aspectos nas suas métricas:
Environmental (meio ambiente) – Gestão dos impactos ambientais de todos os processos do negócio, tendo como objetivo zerá-los, compensá-los ou minimizá-los dentro da realidade de cada negócio. O objetivo é que essa gestão se estenda a toda a cadeia parceira de cada uma das empresas. Na arquitetura, o foco é desenvolver projetos sustentáveis no que diz respeito a reaproveitamento de materiais, soluções construtivas modulares e desmontáveis, soluções de projeto que reflitam na redução do consumo de energia e levantamento fiel dos insumos utilizados na obra. A realização do impacto ambiental do trabalho do arquiteto, positivo ou negativo, está na obra.
Social – Gestão dos impactos sociais dos processos, que está diretamente ligado à dimensão ambiental, uma vez que esses dois impactos quase nunca ocorrem sozinhos. Na arquitetura, o trabalho se divide em duas frentes: no cuidado com seus colaboradores e no trabalho conjunto com construtoras e clientes ao pensar nas soluções construtivas, de projeto e na escolha das empresas parceiras que trabalharão juntas no processo de forma sustentável. O aspecto social foca em não restringir os benefícios do crescimento às empresas, mas a todas as pessoas envolvidas.
Governance (Governança) – Foco tradicional na gestão empresarial, principalmente no que diz respeito ao compliance, essa representação aprimora as partes administrativas de um setor, dando mais transparência e credibilidade da empresa no mercado. Se preocupar com a gestão também importa na arquitetura!
ESG na VZ&CO
Na VZ&CO, desenvolvemos projetos sustentáveis que contribuem com a redução dos impactos ambientais. Para isso, utilizamos todo o potencial da metodologia BIM implementada há 8 anos na nossa empresa para dar suporte aos nossos clientes e, também, às construtoras, seguindo as premissas da sustentabilidade. Tudo isso para que consigam mensurar o impacto de cada decisão de projeto na obra, informação essencial para uma empresa que tem o ESG norteador da sua gestão.
O BIM auxilia no dimensionamento fiel dos materiais e recursos previstos em um projeto de arquitetura, o que se traduz, automaticamente, na melhor utilização dos recursos e redução de resíduos. Ou seja, é possível avaliar antecipadamente o impacto ambiental de uma obra e contorná-la através de novas estratégias projetuais e sustentáveis que diminuam a emissão de CO2 ou melhorem a eficiência energética. Além disso, o BIM garante um projeto mais assertivo e com menores desperdícios em uma obra.
Da mesma forma que podemos dimensionar materiais e recursos utilizados com o BIM em uma obra, também podemos mensurar o impacto social positivo para todas as partes envolvidas no processo, principalmente quando tratamos de fornecedores. Nesse caso, o BIM funciona como uma ferramenta de colaboração entre todos os stakeholders de um empreendimento, o que torna o processo mais transparente e confiável quando pensamos em governança.